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Abomino quem se comporta full time com a seriedade de uma pedra; quem não tem leveza e parece carregar o mundo nas costas. Normalmente essas pessoas contaminam o ambiente, trazem-lhe pesadas nuvens. Sua postura é algo que cheira a miserabilidade, a impotência, a tristeza. São infelizes essas criaturas e perderam de há muito o contato com a beleza e com as pequenas coisas bonitas que existem.
Abomino quem pensa que o ideal da vida é dizer aos outros o que fazer, durante o máximo de tempo possível. Abomino os administradores da vida alheia, os metidos, os inoportunos, os chatos. Tenho pena verdadeira de quem não sabe que o sol e a lua são cíclicos e que, em verdade, somos muito pequenos na face da terra. Penso sinceramente que as regras devem existir, mas não gosto de quem exige dos outros tal cumprimento.
Prefiro a lua ao sol. Prefiro a leitura à conversa descontrolada e ao falar por falar por falar por falar e, finalmente, por falar. Detesto conversas vazias, ocas, como um café mal feito e mal passado. Tenho verdadeira ojeriza a quem utiliza um poder factual para impor suas opiniões aos demais e, especialmente, para manipular esses demais.
Adoro gente ignorante quando encontra um lapso de lucidez.
Adoro a humanidade, mas não gosto de pessoas arrogantes, seja pessoal ou intelectualmente. Abomino participar de reuniões nas quais se dizem redundâncias ou em que alguém que se julga mais qualquer coisa que o outro se julga no direito de cortar a palavra alheia. Detesto situações nas quais apenas pensamos em nós mesmos, sem qualquer consideração ao grupo em que estamos.
Abomino gente que não sabe o que está dizendo e faz jogo pra platéia. Abomino democratismo. Tenho paixão por quem luta por suas convicções, mas que não se arma com um escudo e um míssil Tomahawk para submeter os outros ás suas opiniões. Amo partidas de futebol. Detesto comentários tolos, mal concebidos, comentários maldosos, jocosidades e situações nas quais se usa subterfúgios para ferrar os outros.
Desconfio de pessoas que não tem senso de humor, que adoram seguir regras, quaisquer uma delas – e se colocam na posição de juízes. Abomino gente dura, que pensa que a flexibilidade é sinal de fraqueza. Detesto bajuladores, o que não deve ser confundido com agressividade em relação àqueles que factualmente possam deter uma fatia (mesmo ínfima) de poder.
Tenho sérias desconfianças de quem só pensa em trabalho e não sabe o que fazer quando se aposentar, a não ser a certeza de que vai trabalhar mais ainda. Acho estranhas as pessoas que se constrangem quando se fala a respeito de sexo, ócio, prazer e em tudo que nos faz mais humanos.
Abomino pessoas que precisam de aprovação de outros para dar um mísero, um humano e um simples flato (para ser educadinho). Abomino quem diz ou demonstra saber tudo e diz o tempo todo que sabe como os outros devem se portar. Detesto quem se comporta de modo o mais conveniente possível.
Mais ou menos assim. HILTON BESNOS
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